19 febrero 2022

Novedad editorial "História do ensino de espanhol no colégio Pedro II" (Imperial Editora, 2021)

 

Este lanzamiento editorial en forma de e-book es una interesante obra que reúne la historia de la enseñanza de español en el Colégio Pedro II, de Rio de Janeiro.

José Ricardo Dordron de Pinho (org.). História do ensino de espanhol no Colégio Pedro II. Rio de Janeiro: Imperial Editora, 2021. 

Reproduzco aquí el texto de presentación del mismo:

Apresentação

O ensino de espanhol na educação básica brasileira, oficialmente, remonta ao Colégio Pedro II. Dizemos oficialmente porque, como será apresentado neste livro, algumas escolas ofereceram o ensino dessa língua em seus quadros anteriormente, mas a oferta pelo Colégio Pedro II é verdadeiramente reconhecida como a data inicial e possui um caráter simbólico muito forte, uma vez que se tratava de uma escola pública que servia de modelo nacional e a inclusão da língua representava um gesto a favor da união americana.

Dentre as línguas estrangeiras oferecidas no colégio, o espanhol foi a última a ser implementada, após concurso, em 1919. Desde a sua fundação, em 2 de dezembro de 1837, a escola vinha oferecendo regularmente inglês e francês, além de, eventualmente, alemão e italiano. Também estiveram presentes as línguas clássicas: o latim e o grego. O espanhol, além de ter sido a última língua a surgir nos bancos escolares do Colégio Pedro II, teve sua estreia marcada não por um interesse real do reconhecimento da sua importância, mas, como já dito, tratou-se de um gesto político. Sua permanência inicial foi bastante breve, contudo retornou algum tempo depois como disciplina obrigatória com caráter de lei.

Atualmente, por conta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a situação do ensino de línguas estrangeiras no Brasil, desconsiderando o inglês, é, no mínimo, deprimente.

Na contramão da situação brasileira, no Colégio Pedro II, o espanhol ainda goza de prestígio, sendo a segunda língua ofertada para metade dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e a única para uma boa parcela dos estudantes do Ensino Médio. Nesse sentido, o Departamento de Espanhol foi fundado em fins de 2014 e vem se desenvolvendo velozmente, demonstrando-se, assim, sua força e importância na instituição.

Este livro pretende repensar criticamente a situação do ensino de espanhol no Colégio Pedro II (e no Brasil, muitas vezes) ao longo de um espaço de um século (1920-2020); lembremos que o primeiro concurso para professor de espanhol no Colégio Pedro II ocorreu em 1919, mas as aulas só tiveram início em 1920. A visão crítica que propomos nos permite uma revisão histórica para refletir sobre o que temos hoje e o que planejar para o futuro. Para esse longo trabalho, que durou mais de cinco anos, contamos, em sua maioria, com professores e ex-professores de espanhol do colégio. Além disso, contamos com um professor também do colégio, mas do Departamento de História, e um único autor totalmente externo à instituição, mas em cujas pesquisas uma visão histórica do ensino de espanhol (e, consequentemente, o Colégio Pedro II) está fortemente presente.

O livro se divide em três partes. A primeira delas se intitula “Repensando o Colégio Pedro II e o ensino de espanhol”; essa parte busca apresentar algumas informações históricas sobre o colégio, em “Para além da poeira dos séculos – uma breve história crítica do Colégio Pedro II”, de Eduardo Borges de Carvalho Nogueira, e o papel da educação linguística em espanhol no nosso país, em “O espanhol no Colégio Pedro II: uma história de pioneirismos e de resistências”, de Dayala Vargens e Viviane Antunes.

A segunda parte, denominada “Um século de ensino de espanhol no Colégio Pedro II (apesar da descontinuidade)”, apresenta, detalhadamente, como se deu (e ainda se dá) o trabalho com a língua espanhola no Colégio. Para tanto, realizamos uma divisão da oferta de espanhol na instituição em sete fases, com um capítulo para cada uma delas. O primeiro capítulo, “A institucionalização do ensino da língua espanhola no Colégio Pedro II”, de Anselmo Guimarães, trata do início do ensino de espanhol no Pedro II, como um gesto de agradecimento ao governo uruguaio, período que durou de 1920 a 1925. Em seguida, “O ensino de espanhol no Colégio Pedro II de 1942 a 1961 – A obrigatoriedade do ensino de espanhol em nível nacional”, de José Ricardo Dordron de Pinho, Maristela da Silva Pinto e Viviane Mendonça de Menezes Guimarães, discute o período de quase 20 anos em que todo o país devia oferecer espanhol no Ensino Secundário, seguindo o que determinava a Reforma Capanema. O capítulo seguinte, “O ensino de espanhol no Colégio Pedro II de 1961 a 1984 – Um período de permanência e de exclusão”, de José Ricardo Dordron de Pinho, Rachel Monnier Ferreira e Fernanda Panaro, trata da fase sobre a qual se tem menos informação; nem sequer foi possível descobrir se o espanhol esteve presente em todo o período. Optamos por delimitá-lo dessa maneira por ele corresponder, inicialmente, ao momento da promulgação da 1ª LDB, quando o espanhol deixou de ser obrigatório, mas continuou sendo oferecido no colégio, e o momento em que passou a ser oferecido em atividades extraclasse, tema tratado no capítulo seguinte.

Dando continuidade à segunda parte do livro, o capítulo “O ensino de espanhol no Colégio Pedro II (1985 a 1988): disputas e resistência na busca por um espaço de legitimidade”, de Maria Cecília do Nascimento Bevilaqua, trata do período em que o espanhol foi oferecido no colégio em um novo contexto, como atividade extraclasse: o chamado Clube de Espanhol; essa atividade se realizou pela atitude de uma professora de outro departamento formada em espanhol. A mesma autora, em “Um olhar sobre o ensino de espanhol no Colégio Pedro II (1991-1995): reflexões sobre conhecimento, currículo e sociedade”, discute a retomada do Clube de Espanhol, mas, dessa vez, as atividades do Clube foram realizadas após concurso público com o objetivo de contratar professores para tal fim.

Os dois últimos capítulos, “A inclusão do espanhol no currículo de 1996 a 2013: um período em franca ebulição”, de Isabela Maria de Abreu, Luziana de Magalhães Catta Preta e Patrícia Carvalho de Onofre, e “O Espanhol como Departamento no Colégio Pedro II”, de Amanda Lilian Aguiar de Barros Mesquita, Daniele Gomes Cabral, Elen Fernandes dos Santos e Liliene Maria Hanovich Novaes da Silva, tratam da inclusão efetiva do espanhol no currículo.

A diferença é que o primeiro desses capítulos remonta ao momento em que tal inclusão se deu, ainda no Departamento de Línguas Estrangeiras Neolatinas, e o segundo corresponde ao momento em que alcançamos plena autonomia, com o desmembramento do departamento anterior e a consequente criação do Departamento de Espanhol, com todos os benefícios dessa independência.

Por fim, a terceira parte, cujo título é “Sobre o ensino de espanhol anterior ao Colégio Pedro II e o ensino da literatura hispânica no CPII”, conta com dois capítulos. O primeiro, “O ensino de espanhol no Brasil anterior ao Colégio Pedro II (1821-1919)”, de Anselmo Guimarães, traz informações relativas à oferta de espanhol em escolas brasileiras antes de sua inclusão no Colégio Pedro II. Em “Literatura, dependência cultural e espanhol Língua Estrangeira no Colégio Pedro II”, de Antonio Andrade, discute-se o ensino da literatura de povos hispânicos no referido colégio em momentos em que não havia qualquer vinculação com a língua.

José Ricardo Dordron de Pinho (Organizador)

Que tengan una buena lectura. La obra completa puede ser descargada aquí.

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